quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O que creio acerca da Redenção Particular ou Expiação Limitada

Creio que: a eleição em si não salva ninguém; a eleição apenas destaca alguns pecadores para a salvação. Ou seja, os que foram escolhidos pelo Pai e dados ao Filho precisam ser redimidos para serem salvos.

Creio que: Jesus Cristo veio ao mundo e tomou sobre Si a natureza humana para que pudesse identificar-Se com seu povo, agindo como seu representante ou substituto. Assegurando assim, a redenção do Seu povo.

Creio que: Cristo, agindo em lugar do Seu povo, guardou perfeitamente a lei de Deus e dessa forma produziu a justiça perfeita requerida por Deus, a qual é imputada ao Seu povo ou creditada a ele no momento em que cada um é trazido à fé nEle. Sendo a justiça perfeita de Cristo imputada ao Seu povo, esse mesmo povo é constituído justo diante de Deus.

Creio que: todos os que constituem esse povo são libertos da culpa e da condenação como resultado do que Cristo sofreu por eles. Através do sacrifício substitutivo de Cristo, o Seu povo é unido a Ele pela fé, é-lhe creditada a justiça perfeita pela qual fica livre da culpa e da condenação do pecado. São salvos não pelo que fizeram ou irão fazer, mas tão somente na base da obra redentora de Cristo.

Creio que: a obra redentora de Cristo foi definida em desígnio e realização, isto é, foi intencionada para render completa satisfação em favor de certos pecadores específicos e que, de fato, assegurou a salvação a esses indivíduos e a ninguém mais.

Creio que: a salvação que Cristo adquiriu para o Seu povo inclui tudo o que está envolvido no processo de trazê-lo a um correto relacionamento com Deus, incluindo os dons da fé e do arrependimento.

Creio que: Cristo não morreu simplesmente para tornar possível a Deus perdoar pecadores. Nem deixa Deus aos pecadores a decisão se a obra de Cristo será ou não efetiva.

Creio que: a redenção foi designada para cumprir o propósito divino da eleição.

Creio que: a obediência e o sofrimento de Cristo são de valor infinito, e que, se fosse o propósito de Deus, a satisfação rendida por Cristo teria salvado todos os membros da raça humana. Não seria requerida de Cristo mais obediência, mais sofrimento, para assegurar a salvação de todos os homens do que foi requerido para a salvação apenas dos eleitos.

Creio que: Cristo veio ao mundo para representar e salvar apenas aqueles que Lhe foram dados pelo Pai.

Creio que: a obra salvadora de Cristo foi limitada no sentido em que foi designada para salvar muitos e não todos, mas não foi limitada em valor, pois seu valor é infinito. Ela teria assegurado à salvação de todos, se essa tivesse sido a intenção de Deus.

Creio que: os arminianos também estabelecem uma limitação na obra expiatória de Cristo, mas de natureza diferente.

Creio que: eles (os arminianos) acreditam que a obra expiatória de Cristo foi designada para tornar possível a salvação de todos os homens, desde que eles creiam, e de que a morte de Cristo, em sim mesma, não assegura ou garante a salvação para ninguém. Desde que todos os homens serão salvos como resultado da obra redentora de Cristo, deve-se admitir que há uma limitação.

Creio que: essa limitação consiste num desses dois pontos: ou a expiação foi designada para assegurar a salvação para certos pecadores e não a outros, ou ela foi limitada no sentido em que não foi intencionada para assegurar a salvação de ninguém, mas apenas para tornar possível a Deus perdoar os pecadores na condição de fé. Em outras palavras, a limitação deve ser colocada, em desígnio, na sua extensão, (não foi intencionada para todos), ou na sua eficácia, (ela não assegura a salvação de ninguém). Desta forma, são os arminianos que impõem uma limitação maior à obra de Cristo.

Creio que: as Escrituras descrevem o fim intencionado e realizado pela obra de Cristo como a salvação completa do Seu povo, (reconciliação, justificação e santificação).

Creio que: as Escrituras declaram que Cristo veio não para capacitar os homens, a se salvarem a si mesmos, mas para salvar pecadores (Mt 1.21; Lc 19.10; 2Co 5.21; Gl 1.3-4; 1Tm 1.15; Tt 2.14; 1Pd 3.18).

Creio que: as Escrituras declaram que, como resultado do que Cristo fez e sofreu, Seu povo é reconciliado com Deus, justificado, e recebe o Espírito Santo que o regenera e santifica. Todas essas bênçãos foram asseguradas por Cristo para o seu povo.

Cristo, pela Sua obra redentora, assegurou a reconciliação ao Seu povo (Rm 5.10,11; 2Co 5.18,19; Ef 2.15,16; Cl 1.21,22).

Cristo assegurou a justiça e o perdão que Seu povo necessita para a sua justificação (Rm 3.24,25; 5.8,9; 1Co 1.30; Gl 3.13; Cl 1.13,14; Hb 9.12; 1Pd 2.24).

Cristo assegurou o dom do Espírito, o qual inclui regeneração e santificação e tudo o que está incluído nessas graças (Ef 1.3,4; Fl 1.29; At 5.31; Tt 2.14; 3.5,6; Ef 5.25,26; 1Co 1.30; Hb 13.12; 1Jo 1.7).

Creio que: Há passagens na Escritura que apresentam o Senhor Jesus Cristo, em tudo o que Ele fez e sofreu pelo Seu povo, como cumprindo os termos de um pacto ou concerto gracioso no qual entrou com Seu Pai celestial antes da fundação do mundo.

Jesus foi enviado ao mundo pelo Pai para salvar o povo que o Pai Lhe deu. Os que o Pai lhe deu vêm a Ele e nenhum deles se perderá (Jo 6.35-40).

Jesus, como o bom Pastor, dá a Sua vida pelas Suas ovelhas. Todos os que são Suas ovelhas são trazidos por Ele ao aprisco, levadas a ouvir a Sua voz e a segui-lo (Jo 10.11,14-18,24-29).

Jesus, em Sua oração sacerdotal, roga não pelo mundo, mas por aqueles que o Pai lhe dera. Em cumprimento à tarefa dada pelo Pai, Jesus realizou a Sua obra. Essa obra era tornar Deus conhecido do Seu povo e dar-lhe a vida eterna (Jo 17.1-11,20,24-26).

Paulo declara que todas as “bênçãos espirituais” que os santos herdam, tais como filiação, redenção, perdão de pecados, etc., resultam do fato de estarem “em Cristo”, e liga essas bênçãos à sua fonte última, o eterno conselho de Deus, onde repousa a grande bênção de terem sido escolhidos em Cristo antes da fundação do mundo para serem filhos de Deus, por meio dEle (Ef 1.3-12).

O paralelo que Paulo estabelece entre a obra condenatória de Adão e a obra salvadora de Cristo, o “segundo Adão”, pode ser melhor explicado na base do princípio de que ambos figuravam uma relação pactual com o “seu povo”. Adão figurava como o cabeça federal da raça humana e Cristo como o cabeça federal dos eleitos. Assim como Adão envolveu o seu povo na morte e condenação pelo seu pecado, assim também Cristo trouxe justiça e vida ao Seu povo através de Sua justiça (Rm 5.12,17-19).

Creio que: algumas passagens falam de Cristo morrendo por “todos” os homens e de Sua morte como salvando “o mundo”; todavia, outras falam de Sua morte como sendo definida em desígnio, isto é, para assegurar a salvação de um povo específico.

Há duas classes de textos que falam da obra salvadora de Cristo em termos gerais: (1) As que contém a palavra “mundo” (Jo 1.9,29; 3.16,17; 4.42; 2Co 5.19; 1Jo 2.1,2; 4.14) e (2) As que contêm a palavra “todos” (Rm 5.18; 2Co 5.14,15; 1Tm 2.4-6; Hb 2.9; 2Pd 3.9).

Creio que: uma das razões para o uso dessas expressões era corrigir a noção falsa de que a salvação era apenas para os judeus. Frases como “o mundo”, “todos os homens”, “todas as nações”, “toda criatura”, eram usadas para corrigir esse erro. Essas expressões eram usadas para mostrar que Cristo morreu por todos os homens sem distinção (isto é, Ele morreu tanto para judeus como para os gentios), mas elas não pretendem indicar que Cristo morreu por todos os homens, sem exceção (isto é, Ele não morreu com o propósito de salvar todo e qualquer pecador perdido).

Há outras passagens que falam de Sua obra salvadora em termos definidos e mostram que ela foi intencionada para salvar infalivelmente um determinado povo, a saber, aqueles que Lhe foram dados pelo Pai (Mt 1.21; 26.28; Jo 10.11; 11.50-53; At 20.28; Ef 5.25-27; Rm 8.32-34; Hb 2.17; 3.1; 9.15; 9.28; Ap 5.9).

José André Lourenço

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